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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Rima das onze contra os Donos da Bola

I
Futebol, é real, nem sempre é justo.
De goleiro à torcida, cobra seu custo.
Como deus furioso, às vezes, é vil
Do mais craque ao pereba, um a um já puniu.

II
Castiga também quem de preto se veste,
De uma boa intenção à burrice inconteste.
O goleiro, atacante e os homens de apito,
da torcida, ofensas, já ouviram em grito.

III
Mas todo o brado que enche a boca da gente,
a justiça faria àquele que mente.
Bola não toca, da paixão é descrente,
Gritem "Fi-lho da Pu-ta!" ao mau dirigente.

IV
Que há tempos comete pior injustiça,
conduz sempre a esmo essa cultura mestiça.
Podres poderes entre tanta imundice
Correm os anos e persiste a mesmice.

V
A dúvida, a suspeita, nada os constrange
Se são da linhagem de João Havelange.
Em Manaus ou Brasília, há um branco elefante.
Mas é grana do povo: às obras, avante!

VI
Em tantas cartolas, uma alma não salta.
Se não há coliseu, tal outra ideia incauta.
Copa se vende por um sujo vintém,
do Brasil ao Catar, mais dinheiro, amém!

VII
Futebol é negócio, sobra certeza,
patrocínios e cotas postos à mesa.
Dólares da máfia, sultão ou califa
compram de craques até a corte da Fifa.

VIII
Até nossos ídolos, Gorducho e Alteza,
de tantas bobagens, nem causam surpresa.
Mudo poeta que ao poder se apequena,
Se saúde faltar, seu leito é Arena.

IX
Justiça agora! Que se faça a vingança,
aos que roubam medalha e engordam a pança.
O calendário, aqui jaz, outra lambança.
Mobilidade, piada, nunca avança.

X
Ainda há um alento, no último minuto.
Uma jogada esperta, um lance arguto.
Levante a bandeira contra esse cartola
Que simula e finge, que só nos enrola.

XI
Vamos à luta, demonstrar nossa fúria
frente aos vermes que só nos trazem penúria
Se os Diabos se vão, o mal todo esvazia.
Futebol vencerá como em poesia.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

12 pensamentos excitantes (ou não) sobre sexo antes do esporte

Para celebrar o Dia dos Namorados, nada melhor do que esporte e sexo. Para alguns, o problema é a ordem das coisas. Separei 12 visões, algumas célebres, sobre a prática do esporte universal antes do esporte nacional.

CONSERVADOR
Telê Santana: "Eu, como fui jogador, acho que o sexo antes do jogo, um dia antes, por exemplo, não faz bem. É um desgaste muito grande do jogador, e esse desgaste vai refletir lá dentro do campo"

ASSÍDUO
Romário: “Sexo antes do jogo sempre me ajudou”.

MELHOR DO QUE... LASANHA?
Ronaldo Fenômeno: “É um tabu sério que existe no futebol de que o sexo atrapalha. Eu acho que masturbação atrapalha muito mais. Cansa muito mais que o próprio sexo”

RECATADO
Kaká: “Acho que tudo tem seu tempo. Antes do jogo a gente está concentrado, e não há tempo para ficarmos pensando nisso. Depois do jogo, quando estivermos tranquilos, tudo bem. Pensa na esposa, faz sexo e outras coisas”

VIRGEM 
Neymar (em 2011): “Se atrapalha ou não, eu não sei, porque ainda não fiz”,


POLÍTICO
Fred: "Antes dos jogos, estamos concentrados com mais 30 homens no hotel. Nunca fiz e nunca vou fazer sexo às vésperas de uma partida".

ABSTÊMIO
Dunga: "nem todo mundo gosta de sexo, vinho e sorvete. Temos que respeitar".

PONDERADO
João Saldanha: ""homem, quando arranja mulher nova, quer mostrar serviço e acaba tendo um desgaste maior".

LIBERAL
Casagrande: “Sexo não faz mal nem antes nem depois do jogo. Só durante.”


ROMÂNTICA
Hortência:  "No meu caso, eu acho que ajuda, quando você faz uma coisa por amor - sexo é uma coisa que você faz por amor. O sexo me realiza e quando a mulher se sente realizada, produz muito melhor. 

ESPECIALISTA
Laura Muller (sexóloga): "Depende quem é esse atleta, de como ele se relaciona com a sexualidade. Se o sexo vai gastar muita energia, se a transa for muito longa, pode não ser legal. Agora, se isso vai dar mais pique... Às vezes a pessoa tem uma relação que energiza, traz um novo colorido, mais motivação".

SABEDORIA POPULAR
Autor Desconhecido: "Sexo antes do jogo só atrapalha se atrasar a partida"

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Corinthians no divã: balanço psicológico antes do mata-mata

A fase mais legal da Libertadores vai começar.

O mata-mata é a parte mais divertida porque é justamente aquela que oferece as maiores emoções. É o momento da competição em que a pressão psicológica atinge o ápice para jogadores, treinadores, juízes e, claro, o torcedor. E nós gostamos da emoção porque ela mexe com nossas cabeças. Então, tentei entender justamente o que passa pela cabeça do torcedor corinthiano nesse momento que, certamente, vai proporcionar fortes emoções.

Essa é a primeira vez que o Corinthians vai para o mata-mata sem o peso de não possuir um título da competição. Se antes era preciso controlar o nervosismo e a pressão por uma taça, o desafio agora é evitar o relaxamento, o comodismo e, principalmente, aquilo que o jornal de hoje destaca como uma das preocupações do treinador Tite: a soberba.

Tem gente que talvez nem questione essa condição. A mim me parece bastante curioso. Resolvi colocar o Corinthians no divã, já que não é a primeira vez que vejo um paciente do futebol superar o complexo de vira-lata e, rapidamente, enfrentar o risco de cair em outra patologia: a síndrome da superioridade, batizada também por estudiosos de "mal de Ceni".

Histórico

A seleção brasileira foi um dos primeiros pacientes, ou melhor, times a serem diagnosticados com complexo de vira-lata. A conclusão se deu após a clamorosa derrota para o Uruguai em 1950. Porém, depois de conhecer o fundo do poço, vieram 3 títulos em 4 Copas (de 58 a 70) e a Seleção mergulhou em seu "complexo de superioridade" que a levou um estado letárgico profundo. Neste estado, acreditou que só a camisa amarela era capaz de jogar sozinha. Só voltou do coma em 94 ao assumir uma postura bem menos pretensiosa e ganhar a Copa nos EUA.  Nos pênaltis e com três volantes.

Corinthians

O Corinthians também passou por um evento traumático. Aliás, trauma na Libertadores nunca faltou. Dupla-eliminação para o Palmeiras, para o River, a maldição dos laterais e o vexame do Tolima. Todas essas altas doses de "inferiorismo" foram contra-golpeadas com o título invicto da competição, seguido por um Mundial no Japão e um time que se mantém no auge. E é justamente essa alternância de emoções que pode trilhar o caminho ao perigoso penhasco da soberba.

Os elevadores, corredores, ônibus, ruas e portarias de prédio são os divãs onde os corinthianos expõem suas preocupações. E o parecer geral é: no papel, o time melhorou em relação ao ano passado. Perdemos Leandro Castán, mas ganhamos Paulo André e Gil (grande surpresa). Saíram Liédson e Alex, mas trouxemos Guerrero - herói do Mundial e Alexandre Pato que, se ainda não mostrou tudo que se espera dele, tem estrela suficiente para fazer seus gols com constância de artilheiro. Melhor ainda. A exceção do goleiro, parece que o time possui um reserva confiável para cada posição. Mesmo assim, paira uma sensação comum: não há a mesma pegada do ano passado.

Os mais otimistas dirão que é uma acomodação natural de quem sabe a hora de acionar as turbinas ao máximo quando necessário. O mais desconfiado, por sua vez, pode pensar que os apagões podem aparecer em algum momento inoportuno e colocar tudo a perder. Tite, escaldado psicólogo da bola, trabalha para evitar a segunda hipótese.

Mas como toda questão psicológica, há sempre os fatores externos que desencadeiam o processo.
Então, saindo um pouco de olhar o próprio umbigo, vamos a eles:

1) O nível técnico dos outros times não é intimidador. Estava muito empolgado para assistir Atlético-MG e São Paulo, mas acabei decepcionado com o número de passes errados. A partida valeu mais pela emoção e correria. Tecnicamente, ficou devendo. O Galo é, sem dúvida, o melhor time da primeira fase, mas pode sofrer com a pressão de não chegar tinindo na hora decisiva, além do peso da "obrigação" de quem nunca venceu uma competição dessa. Por experiência própria, sabemos que o equilíbrio psicológico - ele outra vez - será fundamental. Esse não é um ponto forte do treinador Cuca.

Aliás, fala-se muito dos times brasileiros, mas tirante o Galo nenhum apresentou grande futebol. Arrisco a dizer que até agora o Fluminense é decepção pelo tanto que se badalou. O Corinthians fez o seu melhor jogo do ano contra o Tijuana no Pacaembu. Nos outros, entre alguns completamente atípicos como na Bolívia e México, levou em banho maria, com o regulamento debaixo do bigode. Tudo isso leva a crer que, entre os brasileiros, o Corinthians é um time arrumadinho como nenhum outro.

E como o costume da imprensa e, consequentemente, da torcida brasileira é ignorar a maioria dos times de fora, estar a frente de nossos compatriotas pode levar o imaginário do torcedor a uma condição mental de "consciência do favoritismo", fenômeno pelo qual o Barcelona tem passado e, por que não dizer, sofrendo nos últimos anos. Ressalva: não faço aqui uma comparação futebolística direta entre os times de Corinthians e Barcelona, apenas de situações. Enquanto Barça e Real se roíam para um eventual confronto direto, acabaram vítimas de um Bllitzkrieg sem precedentes por parte dos alemães.

2)  Muito ajuda quem não atrapalha. E o Paulistão, definitivamente não ajuda. Se não bastasse expor os principais jogadores ao desgaste antes de uma partida decisiva em La Bombonera, o campeonato paulista colocou Corinthians e Ponte Preta frente a frente outra vez. E a Macaca, que outrora, foi o portadora da mensagem salvadora que dizia: "troquem o goleiro!", agora foi atropelada e ignorada como se não houvesse mais qualquer lição a ser tirada.

3) Como terceiro fator, elenco aqui a questão que talvez esteja um pouco além de nossas cabeças: a parapsicologia. Antes do mata-mata, fiz diversas projeções para tentar prever o adversário do Corinthians nas oitavas. Emelec era favorito e até o Palmeiras poderia aparacer mas, rigorosamente, em  nenhuma delas surgia o Boca Juniors. Jamais contei que o limitadíssimo time do Tigre passasse. Ao saber que o vice-campeão do ano passado cruzaria nosso caminho logo de cara bateu uma ansiedade diferente. Para quem acredita em coincidências, a explicação é fácil embora o evento em questão possa conter, na verdade, um aviso cifrado dos deuses de que o futebol continua sendo o esporte do inesperado. Dito isso, reservo-me inclusive ao direito de não levar em consideração a atual fase do Boca.

Porque o fantasma do inesperado pode estar em um cruzamento desses. Ou no quique de um gramado sintético que colocou fim a 16 jogos de invencibilidade na competição. O inesperado é até capaz de tirar Messi de suas plenas condições na reta final de uma Liga das Campeões e fazer o favoritismo pender totalmente para o outro lado. O inesperado também pode contrariar a certeza de que um sistema de jogo vai sempre funcionar.

Ano passado, Tite ensinou que no confronto direto há três fatores decisivos: técnico, tático e psicológico. O psicológico me preocupava mais. Temia por aquilo que esperava: erros individuais, expulsões, descontrole e mais uma Libertadores indo pelo ralo. Agora, tecnicamente os times são nivelados, taticamente estamos um passo adiante e chutamos longe a sina derrotista. Mas o psicológico segue consternando. Preocupo-me com o que uma equipe planejada, experimentada e que já testou muitas variáveis pode, ainda, não ter encontrado. Imagino que Tite deve fundir a cachola imaginando todas as variáveis possíveis para que nada lhe escape do treino, da preparação. Mas é sabido como se comportam os donos da situação quando alguma coisa lhes foge ao controle.

4) Por último, pergunto: apontar que a soberba e o excesso de confiança merecem atenção não é justamente assumir a própria condição de superioridade?

Fim da sessão. Sobram hipóteses e faltam certezas. Futebol nem Freud explica. Ao torcedor corinthiano, o papo reto: o Corinthians deve saber que para chegar a final de uma competição como essa não basta ter vencido a anterior. Agora jogando bem e com a mesma vibração do ano passado, dá para deixar esse papo de soberba e apostar:  Corinthians passa pelo Boca e segue forte na competição.